Meu filho é mau-humorado: como mudar isso
Seu filho que era um “doce” se transformou em uma criança bem chatinha. Imediatamente, surge aquela velha indagação: onde é que eu errei? Fique tranqüila, não é falta de carinho nem de atenção, esse mau-humor faz parte do desenvolvimento infantil.
As várias mudanças impostas pelo crescimento, pelo desenvolvimento da personalidade e pela conquista da independência são fatores para as crianças ficarem emburradas, entediadas, birrentas e negativas. “Toda mudança de fase desestabiliza a criança, seja aos 8 meses, aos 3 anos, aos 6 ou aos 12, porque ela entra em novo momento de conquistas”, relata a pedagoga Patrícia Victo.
Nos primeiros 3 anos de vida, a rebeldia é mais evidente, já que nesta fase a personalidade começa a ser definida e a criança ainda está voltada para si e para o seu prazer. Qualquer contrariação dos pais é motivo de frustração e, por não ter experiência e muito menos vocabulário para expressar o que sente, o choro, a birra, as manhas e as mordidas são as maneiras que utilizam para a manifestação.
Nesse caso, Patrícia Victo orienta. “Os pais devem dar atenção, porque a criança precisa de carinho para se sentir segura. Os acessos de mau humor são boas oportunidades para ensinar o filho a encontrar alternativas e superar frustrações. É cansativo, dá trabalho, mas faz parte da educação e do crescimento”.
A frustração é a palavra para traduzir o mau-humor do seu filho. Quando a frustração existe, a criança não consegue dizer que está triste, então, faz birra. O melhor a fazer é trocar a “brincadeira” proibida por outra novidade: trocar o giz e os rabiscos na parede por um instrumento musical. O mau-humor passa rapidinho.
Ajudar seu filho com todo esse sentimento novo é difícil, mas é o começo para que os pequenos aprendam sobre suas emoções e que as outras pessoas também passam por isso.
A fase entre os 5 e 7 anos é um outro período de mudança comportamental, chamada de “adolescência da primeira infância”. De acordo com a pedagoga, nesta fase há alterações físicas, psíquicas e sociais. Para completar, a criança enfrenta uma das principais barreiras (senão a maior!) rumo ao mundo adulto: ler e escrever. Tudo isso torna o humor da criança instável, que começa a questionar as regras, aprendendo que neste mundo precisa ter jogo de cintura.
A partir dos 8 anos, a rebeldia dos 3 anos volta à tona, mas os ataques de mau humor parecem mais intensos. A criança espera ter todas as respostas, todos os desejos atendidos, toda a atenção do mundo. Esse período costuma durar até o fim da puberdade.
Os pais precisam ter muita calma e paciência para ensinar, argumentar e perceber o que está ocorrendo. “Quando não há o que acalme seu filho, o melhor é impor limite dizendo para parar com o mau-humor” orienta a Patrícia Victo.
Se nada mudar o comportamento instável do seu filho, a conversa com um profissional especializado em desenvolvimento infantil pode ajudar. Mas é preciso cuidado, pois é comum dizer que a criança é hiperativa ou deprimida. Casos de mau-humor que levam à depressão são raros. Motivo de preocupação somente quando esse baixo-astral atrapalhe nas atividades que dão prazer a criança e isso se mantenha por pelo menos seis meses.
“O mau humor tem origem normalmente num estresse escolar, como dificuldade de aprendizado ou de relacionamento. A criança não consegue resolver o problema sozinha. É difícil ser adulto”, comenta a profissional.
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