quarta-feira, 25 de maio de 2011

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terça-feira, 24 de maio de 2011

Cuidados com a SAUDE no Inverno!


O início do inverno brasileiro acontece por volta do dia 21 de junho. Porém, o frio já começou a aparecer. Essa época do ano favorece o aparecimento de diversas complicações. Problemas respiratórios e alérgicos, bem como doenças de pele, são mais comuns nessas condições. Também aparecem com maior freqüência algumas situações de risco. Algumas dicas para manter a saúde no tempo frio.

1- Fique atento às variações de temperatura. Em casa, no trabalho e em outros locais fechados costuma-se sentir calor, porém, ao sair destes ambientes, a brusca queda de temperatura pode facilitar a ocorrência de doenças. Agasalhe-se antes de sair ao “ar livre”

2- Mantenha a higiene doméstica, evitando o acúmulo de poeira, que desencadeia diversos problemas alérgicos;

3- Evite banhos com água muito quente, que provocam ressecamento da pele;

4- Use soro fisiológico para olhos e narinas, em caso de irritação;

5- Evite exposição prolongada a ambientes com ar condicionado quente ou frio;

6- Durma em local arejado e umedecido. Pode-se utilizar umidificadores de ar, toalhas molhadas ou reservatórios com água nos quartos;

7- As pessoas com alergia devem ficar atentas a cobertores que soltam pêlos. Substituí-los por mantas de tecido sintético ou algodão pode auxiliar na prevenção de rinites e outros quadros alérgicos

8- As alergias também podem ser reduzidas lavando e secando ao sol, antes de usar, mantas, cobertores e blusas de lã, guardadas por muito tempo em armários. Pacientes com antecedentes, como bronquite e rinite, costumam ter crises nesta época. É importante procurar um médico e, claro, seguir suas recomendações.

9- Atenção ao sol. Mesmo com o frio é importante manter o cuidado com o sol, utilizando protetores, especialmente quando o céu estiver “limpo”

10- Tome muito cuidado com o acesso de crianças pequenas na cozinha. Evite que brinquem neste ambiente, atraídas pelo calor. Líquidos e panelas quentes causam graves acidentes. Em caso de queimadura a orientação é buscar atendimento médico imediatamente

11- Mantenha as roupas de cama limpas especialmente os cobertores que costumam ser morada de ácaros;

12- Retire o pó da mobília e limpe o chão com pano úmido, evitando o levantamento de poeira;

13- Aproveite os dias de ensolarados para arejar a casa. O sol e o ar evitam que vírus e bactérias se proliferem;

14- Evite o contato com a fumaça do cigarro;

15- Use soro fisiológico nas regiões dos olhos e narinas, ele lubrifica a mucosa e evita irritação;

16- Evite aglomerações de pessoas em lugares fechados e pouco arejados;

17- Lave as mãos constantemente para evitar que vírus e bactérias se alojem nessa região;

18- Beba muito líquido, mas evite as bebidas alcoólicas. Água e sucos são importantes para controlar a circulação sanguínea, composição das células, músculos e respiração;

19- Não use carpetes e cortinas no quarto de pessoas alérgicas, pois eles favorecem o aparecimento de ácaros;

20- O meio mais efetivo para evitar as doenças do inverno são as vacinas. O antigripal confere imunidade por cerca de um ano e a vacina contra pneumonia pode proteger por cinco anos. No caso dos idosos, a vacina antigripal é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e distribuída gratuitamente pelo governo federal.

Cuidados com alimentação no inverno

O alimento é a principal fonte de energia e saúde para o nosso corpo. Por isso, quando se trata de defendê-lo, não se pode abrir mão de uma dieta farta e adequada.
A primeira recomendação para quem quer prevenir e curar as doenças de inverno é consumir muito líquido, pois a falta de hidratação desgasta o organismo e prejudica suas funções. As bebidas quentes como o chá e o leite, assim como as sopas, são ótimas pedidas, pois hidratam e esquentam o organismo nos dias mais frios. Outra boa dica é beber sucos de frutas cítricas como a laranja e o limão, que, por terem grande quantidade de Vitamina C, também auxiliam o sistema imunológico.
Uma boa alimentação para o inverno, além de incluir muitas frutas e verduras, deve contar com carnes magras e carboidratos, como o arroz. Mas, como o corpo gasta mais energia para manter a temperatura, também pode incluir refeições mais calóricas, desde que a pessoa saiba reconhecer seus limites e mantenha alguma atividade física regular, como a caminhada.

Principais doenças no inverno

Alergia
O que é - A alergia é uma "resposta imunológica exagerada", isto é, ocorre quando nosso organismo reage com exagero a alguma substância estranha. Em geral, ela tem motivação genética.
Sintomas - As alergias típicas do inverno são as respiratórias, e seus sintomas são a tosse, a coriza e a coceira nos olhos, na garganta e, muitas vezes, na pele.
Agentes - Os causadores das alergias variam muito: podem ser alimentos, tecidos, pêlos ou penas de animais, poeira, mofo, pólen etc. No inverno, os mais comuns são o mofo e a poeira.
Prevenção - A primeira providência é descobrir a fonte da alergia, que deve ser diagnosticada por um médico especialista em alergias. Depois é preciso encontrar meios de ficar longe do agente causador da alergia.
Tratamentos - Devem ser sempre prescritos por médicos, e podem incluir remédios antialérgicos, cortisona e, em alguns casos, "vacinas" que dessensibilizam o organismo.

Asma
O que é - A asma (também conhecida como "bronquite asmática" ou "bronquite alérgica") é uma doença que congestiona os brônquios, impedindo que o ar chegue até os pulmões. Pode ser causada por diversos fatores, e ocorre em cerca de 10% da população brasileira, sendo mais freqüente nas crianças.
Sintomas - Os principais sintomas da asma são a falta de ar e o "chiado" na respiração.
Agentes - A asma pode ser causada por uma reação alérgica ou por infecção das vias respiratórias.
Prevenção - Ficar longe dos agentes alérgicos e, em casos mais graves, tomar a medicação preventiva, prescrita pelo médico.
Complicações - A asma pode causar enfisema pulmonar e morte por insuficiência respiratória.
Tratamentos - Os tratamentos de emergência só podem ser dados por médicos, e incluem a famosa "bombinha", a nebulização e medicação.

Bronquite
O que é - É uma reação inflamatória dos brônquios que impede o ar de chegar aos pulmões.
Sintomas - Catarro, tosse seca e com chiado. Com o agravamento, há tosse com escarros, dor atrás do osso do peito, fadiga, mal-estar geral e febre.
Agentes - Os causadores da bronquite podem ser alergias, irritações causadas pela fumaça ou pelo fumo, infecções respiratórias ou agentes ambientais, como a neblina.
Prevenção - Não se deve fumar ou permanecer em ambientes poluídos.
Complicações - A doença pode progredir para uma pneumonia.
Tratamentos - O tratamento depende da causa da bronquite, e só pode ser prescrito por médicos. Em geral, é feito com expectorantes (para eliminar o catarro), inalação e, no caso de haver uma infecção, com antibióticos.

Faringite
O que é - A faringite é uma inflamação da faringe (área da garganta que está situada entre as amígdalas e a laringe). A doença pode tanto ser o primeiro sintoma de um simples resfriado quanto de um problema mais grave, como uma virose chamada mononucleose, muito comum em crianças.
Sintomas - Os sintomas da faringite são a sensação de "garganta arranhada", febre, pus na garganta, dor de ouvido e dificuldade para engolir.
Agentes - A faringite que acontece subitamente, também chamada de "faringite aguda", pode ser causada por bactérias ou por vírus. Já a faringite que dura um longo tempo, chamada de "faringite crônica", ocorre quando uma infecção se "espalha" de outro lugar (como o nariz) para a faringe.
Prevenção - Não fumar, não permanecer em ambientes poluídos, não dividir copos e talheres.
Complicações - A doença pode evoluir para infecções mais graves, como a meningite.
Tratamentos - Devem ser prescrito por um médico, e inclui analgésicos, pastilhas, antitérmicos e, eventualmente, antibióticos.

Gripe
O que é - A gripe é uma doença muito contagiosa que ataca as vias respiratórias (nariz, garganta e pulmões) e é causada por um vírus chamado Influenza. Não existe remédio para curá-la, mas sim para aliviar seus sintomas. Se não houver complicações, tende a passar sozinha.
Sintomas - Febre alta, dores musculares e articulares, dores de cabeça e inflamação dos olhos.
Agentes - Vírus Influenza, que é transmitido pelo ar através de gotículas de saliva.
Prevenção - A melhor prevenção contra a gripe é tomar a vacina todos os anos, pois o vírus é mutante, aparecendo de forma diferente a cada ano. Mas também é possível preveni-la melhorando as defesas do corpo através do calor e da boa alimentação. Por ser uma doença muito contagiosa, deve-se evitar a permanência em ambientes fechados.
Complicações - Habitualmente sem maiores conseqüências, a gripe pode ser grave, principalmente para as pessoas idosas ou debilitadas por doenças crônicas. Pode evoluir para pneumonia e para a meningite, além de graves infecções respiratórias, o que pode levar o paciente à morte.
Tratamentos - Devem ser prescritos por um médico, e inclui repouso, boa alimentação e remédios para aliviar os sintomas, como analgésicos, antitérmicos, descongestionantes e vitamina C.

Laringite
O que é - É a inflamação da laringe (região da garganta onde estão as cordas vocais). Trata-se de uma doença que pode aparecer sozinha, ou também ser um sintoma de bronquite, pneumonia e de outras infecções respiratórias.
Sintomas - A laringite não causa muita dor, mas provoca rouquidão e tosse seca. Em geral, a voz do doente vai enfraquecendo ao longo do dia.
Agentes - Os causadores da laringite podem ser vírus, bactérias e agressões ambientais como bebidas muito geladas.
Prevenção - Não fumar, não tomar bebidas geladas, não compartilhar talheres e copos, repousar a voz, dormir bem, não gritar.
Complicações - Progredir para infecções maiores (como a meningite) ou provocar graves problemas na voz.
Tratamentos - Devem ser prescritos por um médico. Podem incluir desde o repouso até o uso de antibióticos.

Meningite
O que é - A temida meningite é uma inflamação das "leptomeninges", isto é, das membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ter diversas causas, mas é sempre uma infecção gravíssima, que exige acompanhamento médico permanente.
Sintomas - Febre alta, pescoço enrijecido, náuseas e dores de cabeça.
Agentes - A meningite pode ser causada por vírus ou bactérias, muitas vezes em decorrência de gripes não tratadas. Ela também pode ser provocada por fungos ou parasitas. Dependendo da origem, pode causar surtos e epidemias.
Prevenção - Tratar com atenção gripes e infecções de garganta e respiratórias. Em caso de surto, seguir as recomendações das autoridades de saúde.
Complicações - Seqüelas cerebrais e morte.
Tratamentos - Hospitalização e antibióticos.

Pneumonia
O que é - A pneumonia é uma infecção aguda que pode atingir os pulmões inteiros ou em partes. Certas variedades de pneumonia pioram rapidamente e requerem hospitalização do paciente para realizar um tratamento com antibióticos, oxigênio e líquidos endovenosos.
Sintomas - Os sintomas da pneumonia são a tosse com escarro, a dor no tórax, a febre alta, os calafrios, o suor e a palidez. Quanto maior for a área dos pulmões afetada, mais fortes serão os sintomas.
Agentes - Em geral, a pneumonia é conseqüência de alguma infecção das vias respiratórias (bronquite, resfriado, gripe etc.) causada por vírus e/ou bactérias.
Prevenção - Não fumar, tratar com atenção as doenças respiratórias, evitar ambientes fechados e repousar muito em caso de gripe ou bronquite forte.
Complicações - Abscessos de pus, cistos contendo ar nos pulmões e derrame pleural (acúmulo de pus no espaço que envolve os pulmões), podendo levar o paciente à morte.
Tratamentos - Devem ser prescrito pelo médico, e pode incluir desde antibióticos até a hospitalização.

Resfriado
O que é - O resfriado é uma infecção leve das vias aéreas superiores (nariz e garganta). Não existe remédio para curá-lo, mas apenas para amenizar os sintomas. Se não houver complicação, tende a passar sozinho.
Sintomas - Coriza, espirros e febre baixa.
Agentes - Pode ser causado por alergias, vírus ou bactérias.
Prevenção - Evitar o frio e as bebidas geladas, não permanecer em ambientes fechados, não compartilhar talheres.
Complicações - Podem evoluir para rinites, gripes e infecções respiratórias mais graves.
Tratamentos - Devem ser prescritos por um médico. Repouso, líquido e boa alimentação. Se necessário, podem ser administrados analgésicos, antitérmicos e vitaminas, mas só depois de consulta médica.

Rinite
O que é - A rinite é uma inflamação não contagiosa das mucosas do nariz, que aparece de forma recorrente e atinge cerca de 30% da população. Ela quase sempre é causada por alergias ou por reações à fumaça e outros agentes ambientais.
Sintomas - Nariz escorrendo, coceira nos olhos, no nariz e na boca, espirros e, às vezes, um pouco de febre.
Agentes - Podem ser provocada por reação alérgica à poeira, a produtos químicos, aos cigarros etc., e também pode ser causada por reações a remédios, malformações da parte interna do nariz, etc.
Prevenção - Evitar permanecer por muito tempo em locais fechados, não fumar, não ficar perto de lugares recém-pintados, ficarem longe do mofo e, em caso de repetição freqüente, procurar algum tratamento preventivo prescrito pelo médico otorrinolaringologista.
Complicações - A obstrução nasal da rinite pode causar outras consequências, como problemas de sono e roncos, desalinhamento dos dentes, infecções de ouvidos e sinusites.
Tratamentos - O tratamento da rinite deve ser prescrito por um médico, e pode incluir antialérgicos, descongestionantes, analgésicos e antitérmicos.

Sinusite
O que é - A sinusite é uma inflamação não-contagiosa da parte interna dos seios da face, e que, em geral, se repete de forma recorrente.
Sintomas - Nariz congestinado, dor de cabeça, febre, tontura e mal estar.
Agentes - A sinusite pode ser provocada por reações alérgicas, por viroses ou por infecções bacterianas.
Prevenção - Em primeiro lugar, evitar o contato com os causadores de alergias. Mas também é preciso tratar de sintomas como a coriza quando estes ainda estão começando, para evitar a crise.
Complicações - Agravamento do problema (sinusite crônica) e infecções respiratórias mais graves.
Tratamentos - O tratamento da sinusite depende da causa e da gravidade do problema. Devem ser recomendado pelo médico, e podem incluir descongestionantes, analgésicos, antitérmicos, antibióticos e até cirurgias, dependendo da gravidade do caso.

O início do inverno brasileiro acontece por volta do dia 21 de junho. Porém, o frio já começou a aparecer. Essa época do ano favorece o aparecimento de diversas complicações. Problemas respiratórios e alérgicos, bem como doenças de pele, são mais comuns nessas condições. Também aparecem com maior freqüência algumas situações de risco. Algumas dicas para manter a saúde no tempo frio.

- Fique atento às variações de temperatura. Em casa, no trabalho e em outros locais fechados costuma-se sentir calor, porém, ao sair destes ambientes, a brusca queda de temperatura pode facilitar a ocorrência de doenças. Agasalhe-se antes de sair ao “ar livre”

- Mantenha a higiene doméstica, evitando o acúmulo de poeira, que desencadeia diversos problemas alérgicos;

- Evite banhos com água muito quente, que provocam ressecamento da pele;

- Use soro fisiológico para olhos e narinas, em caso de irritação;

- Evite exposição prolongada a ambientes com ar condicionado quente ou frio;

- Durma em local arejado e umedecido. Pode-se utilizar umidificadores de ar, toalhas molhadas ou reservatórios com água nos quartos;

- As pessoas com alergia devem ficar atentas a cobertores que soltam pêlos. Substituí-los por mantas de tecido sintético ou algodão pode auxiliar na prevenção de rinites e outros quadros alérgicos

- As alergias também podem ser reduzidas lavando e secando ao sol, antes de usar, mantas, cobertores e blusas de lã, guardadas por muito tempo em armários. Pacientes com antecedentes, como bronquite e rinite, costumam ter crises nesta época. É importante procurar um médico e, claro, seguir suas recomendações.

- Atenção ao sol. Mesmo com o frio é importante manter o cuidado com o sol, utilizando protetores, especialmente quando o céu estiver “limpo”

- Tome muito cuidado com o acesso de crianças pequenas na cozinha. Evite que brinquem neste ambiente, atraídas pelo calor. Líquidos e panelas quentes causam graves acidentes. Em caso de queimadura a orientação é buscar atendimento médico imediatamente

- Mantenha as roupas de cama limpas especialmente os cobertores que costumam ser morada de ácaros;

- Retire o pó da mobília e limpe o chão com pano úmido, evitando o levantamento de poeira;

- Aproveite os dias de ensolarados para arejar a casa. O sol e o ar evitam que vírus e bactérias se proliferem;

- Evite o contato com a fumaça do cigarro;

- Use soro fisiológico nas regiões dos olhos e narinas, ele lubrifica a mucosa e evita irritação;

- Evite aglomerações de pessoas em lugares fechados e pouco arejados;

- Lave as mãos constantemente para evitar que vírus e bactérias se alojem nessa região;

- Beba muito líquido, mas evite as bebidas alcoólicas. Água e sucos são importantes para controlar a circulação sanguínea, composição das células, músculos e respiração;

- Não use carpetes e cortinas no quarto de pessoas alérgicas, pois eles favorecem o aparecimento de ácaros;

- O meio mais efetivo para evitar as doenças do inverno são as vacinas. O antigripal confere imunidade por cerca de um ano e a vacina contra pneumonia pode proteger por cinco anos. No caso dos idosos, a vacina antigripal é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e distribuída gratuitamente pelo governo federal.

Cuidados com alimentação no inverno

O alimento é a principal fonte de energia e saúde para o nosso corpo. Por isso, quando se trata de defendê-lo, não se pode abrir mão de uma dieta farta e adequada.

A primeira recomendação para quem quer prevenir e curar as doenças de inverno é consumir muito líquido, pois a falta de hidratação desgasta o organismo e prejudica suas funções. As bebidas quentes como o chá e o leite, assim como as sopas, são ótimas pedidas, pois hidratam e esquentam o organismo nos dias mais frios. Outra boa dica é beber sucos de frutas cítricas como a laranja e o limão, que, por terem grande quantidade de Vitamina C, também auxiliam o sistema imunológico.

Uma boa alimentação para o inverno, além de incluir muitas frutas e verduras, deve contar com carnes magras e carboidratos, como o arroz. Mas, como o corpo gasta mais energia para manter a temperatura, também pode incluir refeições mais calóricas, desde que a pessoa saiba reconhecer seus limites e mantenha alguma atividade física regular, como a caminhada.

Principais doenças no inverno

Alergia

O que é - A alergia é uma "resposta imunológica exagerada", isto é, ocorre quando nosso organismo reage com exagero a alguma substância estranha. Em geral, ela tem motivação genética.

Sintomas - As alergias típicas do inverno são as respiratórias, e seus sintomas são a tosse, a coriza e a coceira nos olhos, na garganta e, muitas vezes, na pele.

Agentes - Os causadores das alergias variam muito: podem ser alimentos, tecidos, pêlos ou penas de animais, poeira, mofo, pólen etc. No inverno, os mais comuns são o mofo e a poeira.

Prevenção - A primeira providência é descobrir a fonte da alergia, que deve ser diagnosticada por um médico especialista em alergias. Depois é preciso encontrar meios de ficar longe do agente causador da alergia.

Tratamentos - Devem ser sempre prescritos por médicos, e podem incluir remédios antialérgicos, cortisona e, em alguns casos, "vacinas" que dessensibilizam o organismo.

Asma

O que é - A asma (também conhecida como "bronquite asmática" ou "bronquite alérgica") é uma doença que congestiona os brônquios, impedindo que o ar chegue até os pulmões. Pode ser causada por diversos fatores, e ocorre em cerca de 10% da população brasileira, sendo mais freqüente nas crianças.

Sintomas - Os principais sintomas da asma são a falta de ar e o "chiado" na respiração.

Agentes - A asma pode ser causada por uma reação alérgica ou por infecção das vias respiratórias.

Prevenção - Ficar longe dos agentes alérgicos e, em casos mais graves, tomar a medicação preventiva, prescrita pelo médico.

Complicações - A asma pode causar enfisema pulmonar e morte por insuficiência respiratória.

Tratamentos - Os tratamentos de emergência só podem ser dados por médicos, e incluem a famosa "bombinha", a nebulização e medicação.

Bronquite

O que é - É uma reação inflamatória dos brônquios que impede o ar de chegar aos pulmões.

Sintomas - Catarro, tosse seca e com chiado. Com o agravamento, há tosse com escarros, dor atrás do osso do peito, fadiga, mal-estar geral e febre.

Agentes - Os causadores da bronquite podem ser alergias, irritações causadas pela fumaça ou pelo fumo, infecções respiratórias ou agentes ambientais, como a neblina.

Prevenção - Não se deve fumar ou permanecer em ambientes poluídos.

Complicações - A doença pode progredir para uma pneumonia.

Tratamentos - O tratamento depende da causa da bronquite, e só pode ser prescrito por médicos. Em geral, é feito com expectorantes (para eliminar o catarro), inalação e, no caso de haver uma infecção, com antibióticos.

Faringite

O que é - A faringite é uma inflamação da faringe (área da garganta que está situada entre as amígdalas e a laringe). A doença pode tanto ser o primeiro sintoma de um simples resfriado quanto de um problema mais grave, como uma virose chamada mononucleose, muito comum em crianças.

Sintomas - Os sintomas da faringite são a sensação de "garganta arranhada", febre, pus na garganta, dor de ouvido e dificuldade para engolir.

Agentes - A faringite que acontece subitamente, também chamada de "faringite aguda", pode ser causada por bactérias ou por vírus. Já a faringite que dura um longo tempo, chamada de "faringite crônica", ocorre quando uma infecção se "espalha" de outro lugar (como o nariz) para a faringe.

Prevenção - Não fumar, não permanecer em ambientes poluídos, não dividir copos e talheres.

Complicações - A doença pode evoluir para infecções mais graves, como a meningite.

Tratamentos - Devem ser prescrito por um médico, e inclui analgésicos, pastilhas, antitérmicos e, eventualmente, antibióticos.

Gripe

O que é - A gripe é uma doença muito contagiosa que ataca as vias respiratórias (nariz, garganta e pulmões) e é causada por um vírus chamado Influenza. Não existe remédio para curá-la, mas sim para aliviar seus sintomas. Se não houver complicações, tende a passar sozinha.

Sintomas - Febre alta, dores musculares e articulares, dores de cabeça e inflamação dos olhos.

Agentes - Vírus Influenza, que é transmitido pelo ar através de gotículas de saliva.

Prevenção - A melhor prevenção contra a gripe é tomar a vacina todos os anos, pois o vírus é mutante, aparecendo de forma diferente a cada ano. Mas também é possível preveni-la melhorando as defesas do corpo através do calor e da boa alimentação. Por ser uma doença muito contagiosa, deve-se evitar a permanência em ambientes fechados.

Complicações - Habitualmente sem maiores conseqüências, a gripe pode ser grave, principalmente para as pessoas idosas ou debilitadas por doenças crônicas. Pode evoluir para pneumonia e para a meningite, além de graves infecções respiratórias, o que pode levar o paciente à morte.

Tratamentos - Devem ser prescritos por um médico, e inclui repouso, boa alimentação e remédios para aliviar os sintomas, como analgésicos, antitérmicos, descongestionantes e vitamina C.

Laringite

O que é - É a inflamação da laringe (região da garganta onde estão as cordas vocais). Trata-se de uma doença que pode aparecer sozinha, ou também ser um sintoma de bronquite, pneumonia e de outras infecções respiratórias.

Sintomas - A laringite não causa muita dor, mas provoca rouquidão e tosse seca. Em geral, a voz do doente vai enfraquecendo ao longo do dia.

Agentes - Os causadores da laringite podem ser vírus, bactérias e agressões ambientais como bebidas muito geladas.

Prevenção - Não fumar, não tomar bebidas geladas, não compartilhar talheres e copos, repousar a voz, dormir bem, não gritar.

Complicações - Progredir para infecções maiores (como a meningite) ou provocar graves problemas na voz.

Tratamentos - Devem ser prescritos por um médico. Podem incluir desde o repouso até o uso de antibióticos.

Meningite

O que é - A temida meningite é uma inflamação das "leptomeninges", isto é, das membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ter diversas causas, mas é sempre uma infecção gravíssima, que exige acompanhamento médico permanente.

Sintomas - Febre alta, pescoço enrijecido, náuseas e dores de cabeça.

Agentes - A meningite pode ser causada por vírus ou bactérias, muitas vezes em decorrência de gripes não tratadas. Ela também pode ser provocada por fungos ou parasitas. Dependendo da origem, pode causar surtos e epidemias.

Prevenção - Tratar com atenção gripes e infecções de garganta e respiratórias. Em caso de surto, seguir as recomendações das autoridades de saúde.

Complicações - Seqüelas cerebrais e morte.

Tratamentos - Hospitalização e antibióticos.

Pneumonia

O que é - A pneumonia é uma infecção aguda que pode atingir os pulmões inteiros ou em partes. Certas variedades de pneumonia pioram rapidamente e requerem hospitalização do paciente para realizar um tratamento com antibióticos, oxigênio e líquidos endovenosos.

Sintomas - Os sintomas da pneumonia são a tosse com escarro, a dor no tórax, a febre alta, os calafrios, o suor e a palidez. Quanto maior for a área dos pulmões afetada, mais fortes serão os sintomas.

Agentes - Em geral, a pneumonia é conseqüência de alguma infecção das vias respiratórias (bronquite, resfriado, gripe etc.) causada por vírus e/ou bactérias.

Prevenção - Não fumar, tratar com atenção as doenças respiratórias, evitar ambientes fechados e repousar muito em caso de gripe ou bronquite forte.

Complicações - Abscessos de pus, cistos contendo ar nos pulmões e derrame pleural (acúmulo de pus no espaço que envolve os pulmões), podendo levar o paciente à morte.

Tratamentos - Devem ser prescrito pelo médico, e pode incluir desde antibióticos até a hospitalização.

Resfriado

O que é - O resfriado é uma infecção leve das vias aéreas superiores (nariz e garganta). Não existe remédio para curá-lo, mas apenas para amenizar os sintomas. Se não houver complicação, tende a passar sozinho.

Sintomas - Coriza, espirros e febre baixa.

Agentes - Pode ser causado por alergias, vírus ou bactérias.

Prevenção - Evitar o frio e as bebidas geladas, não permanecer em ambientes fechados, não compartilhar talheres.

Complicações - Podem evoluir para rinites, gripes e infecções respiratórias mais graves.

Tratamentos - Devem ser prescritos por um médico. Repouso, líquido e boa alimentação. Se necessário, podem ser administrados analgésicos, antitérmicos e vitaminas, mas só depois de consulta médica.

Rinite

O que é - A rinite é uma inflamação não contagiosa das mucosas do nariz, que aparece de forma recorrente e atinge cerca de 30% da população. Ela quase sempre é causada por alergias ou por reações à fumaça e outros agentes ambientais.

Sintomas - Nariz escorrendo, coceira nos olhos, no nariz e na boca, espirros e, às vezes, um pouco de febre.

Agentes - Podem ser provocada por reação alérgica à poeira, a produtos químicos, aos cigarros etc., e também pode ser causada por reações a remédios, malformações da parte interna do nariz, etc.

Prevenção - Evitar permanecer por muito tempo em locais fechados, não fumar, não ficar perto de lugares recém-pintados, ficarem longe do mofo e, em caso de repetição freqüente, procurar algum tratamento preventivo prescrito pelo médico otorrinolaringologista.

Complicações - A obstrução nasal da rinite pode causar outras consequências, como problemas de sono e roncos, desalinhamento dos dentes, infecções de ouvidos e sinusites.

Tratamentos - O tratamento da rinite deve ser prescrito por um médico, e pode incluir antialérgicos, descongestionantes, analgésicos e antitérmicos.

Sinusite

O que é - A sinusite é uma inflamação não-contagiosa da parte interna dos seios da face, e que, em geral, se repete de forma recorrente.

Sintomas - Nariz congestinado, dor de cabeça, febre, tontura e mal estar.

Agentes - A sinusite pode ser provocada por reações alérgicas, por viroses ou por infecções bacterianas.

Prevenção - Em primeiro lugar, evitar o contato com os causadores de alergias. Mas também é preciso tratar de sintomas como a coriza quando estes ainda estão começando, para evitar a crise.

Complicações - Agravamento do problema (sinusite crônica) e infecções respiratórias mais graves.

Tratamentos - O tratamento da sinusite depende da causa e da gravidade do problema. Devem ser recomendado pelo médico, e podem incluir descongestionantes, analgésicos, antitérmicos, antibióticos e até cirurgias, dependendo da gravidade do caso.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A criança e o luto

Quando a criança perde alguém especial

Facilmente um pai, habituado a observar o seu filho a brincar, verifica o elevado número de vezes em que o tema morte surge nas suas fantasias e brincadeiras. Esta é uma questão que, muito precocemente, causa curiosidade, interesse e medo às crianças, que a procuram explorar através da melhor ferramenta que possuem para conhecer o mundo: o brincar. Para uma criança, a perda de uma pessoa amada é um acontecimento que quase sempre gerador de angústia nos pais, que se confrontam, por um lado, com a sua própria dor e, por outro lado, com a ansiedade causada pelas dúvidas de como abordar e lidar com o acontecimento traumático junto do seu filho.

A perda, e o luto a ela associado, é uma experiência quase inevitável no percurso de vida de uma pessoa. Independentemente da faixa etária, o rol de sentimentos envolto na perda de alguém que se ama é uma experiência sempre dolorosa e difícil de suportar. Para uma criança, a perda de um ente significativo é quase sempre caracterizada por um turbilhão de sentimentos, para os quais não possui os mecanismos que permitam lidar com eles de forma eficaz, e muito menos entende-los. Daí a importância dos adultos que a acompanham, e estão consigo nestes momentos difíceis. Os pais, familiares, pessoas próximas, entre outros, podem ajudar, não só nos momentos próximos à cauda da dor, mas em todo o processo de luto por que a criança terá de passar.

Numa abordagem junto de uma criança que perde alguém significativo, é necessário encarar a tristeza e a dor que acompanham esse momento como parte integrante de todo o processo ligado à experiência de perda. Porém, convém assinalar que o luto não advém apenas da morte de alguém, podendo estar associado à perda de um animal de estimação, de uma separação ou divórcio dos pais, entre outras situações. De uma forma geral, o luto poderá caracterizar-se pelo conjunto de sentimentos e comportamentos ligados ao sofrimento causado por uma perda.

Sentir-se triste, num momento em que lida com uma perda, é natural, além de terapêutico. Porém, aos adultos, geralmente causa dor ver uma criança a sofrer mas, ao invés de se procurar tentar acabar com o sofrimento da criança (tarefa provavelmente inexequível), é importante acompanha-la na livre expressão dos seus sentimentos, compreendê-los e empatizar com estes, de modo a que sinta que é compreendida, e que a sua dor é aceite.

Prever ou antecipar o comportamento de uma criança após a notícia da perda é uma tarefa irrealizável. As reacções diferem de criança para criança, podendo o rol de comportamentos diferir desde a tristeza absoluta, até o parecer indiferente (apesar de não o ser), o que geralmente causa espanto a quem assiste. São comuns igualmente atitudes de isolamento e afastamento das outras pessoas, comportamentos agressivos, apatia, surgimento de sintomas psicossomáticos, desinvestimento académico, entre outras.


A notícia

Não existe um guião do modo correcto de transmitir a notícia da perda a uma criança. Será sempre um caso em que requererá flexibilidade, o uso de calma e muita paciência. Prepare-se para a possibilidade de ter de repetir, ou explicar de forma diferente, pois o que foi dito poderá ser questionado pela criança, ou até mesmo necessitar de aprofundar mais detalhadamente do que o que estava à espera, se a criança assim o requisitar. Há falta das palavras correctas para transmitir a notícia (o que caberá sempre aos adultos, pelo recurso à sua experiência, bom senso e intuição), pode-se procurar propiciar as melhores condições para o realizar. Nesse sentido, é aconselhável que quem fale com a criança lhe seja próxima (por exemplo, no caso de morte de um pai, poderá ser aconselhável a mãe falar com a criança). Mais que as palavras, conta que o que é dito o seja com amor, e esse amor sente-se junto das pessoas que nos são mais próximas. Num momento difícil como é a da morte, é fundamental que a criança se sinta apoiada e acompanhada pelos que mais ama. Abraços, beijos, mimos, quando sentidos e aceites pela criança, são sempre bem vindos.

Reconhece-se como componente facilitador em toda a relação com a criança, mas também nesta ocasião, a honestidade. Apesar de, como referido anteriormente, não existirem guias ou discursos pré-elaborados, pode-se com certeza afirmar que o mentir, ocultar ou utilizar eufemismos para a morte, não é recomendado. A criança, insegura por tudo o que está a passar, só poderá ser prejudicada pela desconfiança que resulta da descoberta de uma mentira por parte de quem a ama e lhe deveria transmitir segurança. Mais cedo ou mais tarde a criança saberá a verdade dos factos. Dessa forma, mais vale que o saiba de adultos significativos, que lhe podem dar segurança, conforto e amparo.

Os adultos, com a melhor das intenções, procuram proteger a criança , recorrendo compreensivelmente ao uso de expressões como “Está muito doente e foi para longe para se curar”, ou “Está a dormir para sempre”, que não a ajudam. Ao invés de tal, é aconselhável a utilização de uma abordagem sincera e directa. Não seja redundante, utilize a palavra morte, e explique à criança o sucedido, tendo sempre o cuidado de adequar o discurso à sua idade e maturidade.

A honestidade e sinceridade são necessárias não apenas na escolha das palavras com as quais é transmitida a notícia à criança, mas ao longo de todo o processo de luto. Com frequência, os adultos incorrem no erro de tentar proteger as crianças do seu sofrimento, e não se sentem livres pana os manifestar quando junto delas. O aconselhável será o oposto. Uma criança, ao se deparar com a morte de alguém, terá dificuldades em lidar com toda a panóplia de sentimentos que a invadem, e recorrerá aos seus modelos de referência para procurar aprender a lidar com sensações tão fortes. Deste modo, o facto dos adultos partilharem com os mais novos os seus sentimentos, a sua tristeza, o choro, permite-lhes sentirem-se mais confortáveis e aceites com o que sentem, e em partilhá-lo com quem os rodeia, não incorrendo na ideia de que esconder os seus sentimentos é o mais correcto a fazer, visto os adultos junto a si o realizarem. O chorar e a tristeza são salutares, e são o primeiro passo para lidar e reparar a dor.

Com a premissa de um ambiente de carinho e apoio criado à volta da criança, possibilita-se a criação de condições favoráveis para partilhar a sua dor, tristeza, zanga... Estas são reacções naturais, que variam muito de criança para criança. O importante é, além do adulto falar, dar espaço para que a criança fale, se manifeste, e sinta que tem quem a oiça e a acompanhe na sua dor.


Rituais fúnebres / Rituais de morte


Os rituais fúnebres e, particularizando os católicos que assumem o grosso da representação cultural e religiosa portuguesa, assumem a morte e o início do processo de luto como uma solenidade e parcimónia que acentua a dor e a perda definitiva. Perante este cenário, os adultos enfrentam dúvidas no que diz respeito à assistência ou não das crianças às cerimónias do funeral, bem como acerca da permissão para ver o corpo da pessoa falecida, o que constitui um factor causador de ansiedade para os adultos, que se questionam sobre a melhor opção a tomar.

Tanto o velório como o funeral possuem um papel fundamental na forma como uma pessoa se despede de alguém, e inicia o seu processo de luto. Este é um momento que ajuda à consciencialização de que uma pessoa morreu, e permite que, nestes primeiros momentos de luto, uma pessoa se sinta apoiada e acompanhada na sua dor, e na despedida de quem ama. Estas razões são válidas tanto para um adulto, como para uma criança.

Desta forma, é muito importante que a criança seja envolvida na tomada de decisão de assistir ou não ao funeral, bem como a de ver o morto ou não (salvaguardando sempre que o defunto não esteja em condições capazes de chocar a criança). O desejo da criança terá de ser sempre um factor a tomar em conta na hora da tomada de decisão da criança presenciar ou não o funeral e, nessa escolha, deverá sentir-se aceite e acompanhada pelos que ama. Durante a cerimónia, as crianças poderão querer assisti-la na sua totalidade ou, como por vezes ocorre, poderão saber que já assistiram o suficiente, e pedir para irem embora. Em qualquer das situações, é fundamental aceitar a sua vontade, e apoiá-la.

No caso da criança nunca ter assistido a um funeral, poderá não saber do que se trata. Nestas situações, é conveniente que os adultos expliquem os rituais da cerimónia, o que irá acontecer antes, durante e após esse momento, além de preparar as crianças para as diferentes respostas comportamentais e emocionais das outras pessoas presentes (explicar que poderá ver muitas pessoas a chorar, talvez gritar...). Mais uma vez, será aconselhável que as explicações sejam directas e simples, sem rodeios, e adequadas à maturidade da criança. Elas saberão procurar as informações que necessitam, podendo muitas vezes passar por questões práticas (quanto tempo demora, como é que vai o caixão, entre outras). Os adultos significativos devem preparar-se para responder às mais diferentes questões que a criança colocar, manifestando a abertura necessária para que ela se sinta confiante em colocá-las.


O processo de luto

É sempre difícil lidar com o luto. Independentemente da faixa etária, quer se seja adulto ou criança, a perda de um ser amado causa sempre dor. Visto ser a tristeza um sentimento comum nas diferentes faixas etárias face à morte, tal como nos adultos, será comum que as crianças passem por períodos de profunda tristeza. E, tal como os adultos, as crianças necessitarão de sentir-se apoiadas e acompanhadas pelos que ama, de forma a superar esta dor, que realmente poderá nunca desaparecer inteiramente.

A forma como a criança reage perante a morte não é muito distinta da forma como lida com outras perdas, a intensidade é que pode diferir. Apesar de não serem rígidas, e de cada criança ser “um mundo”, é possível, de forma geral, verificar-se a existência de fases distintas na forma como lidam com o luto:

1- Choque: prende-se com o conjunto de reacções iniciais fase ao conhecimento da perda do objecto significativo. O tipo de reacções varia muito de criança para criança, pelo que será de esperar o mais variado tipo de comportamentos, e aceitá-los enquanto naturais;

2- Protesto/Negação: esta fase é caracterizada pelo estado de dúvida e dificuldade em aceitar a perda. De forma inconsciente, este mecanismo de defesa faz com a criança não encare, ou procure não acreditar no sucedido;

3- Desorganização / Depressão: verifica-se quando se começa a encarar como real e irreversível o acontecimento traumático. Devido a tal, a criança sente-se frequentemente triste, poderá possuir sentimentos de culpa, ansiedade, medo e isolamento. O seu dia-a-dia poderá ser caracterizado pelas rápidas alterações de humor, bem como pela existência de comportamentos agressivos;

4- Reconstrução/Reorganização: após a dor da perda, a criança começa, aos poucos, a ajustar-se às mudanças que se sucederam na sua vida. Verifica-se um reajustamento na sua vida, no qual de certa forma aprende a lidar com a dor, mas não a viver para ela.


Apesar do luto não ser necessariamente caracterizado por um percurso linear, antes pelos diferentes avanços e retrocessos, e pelas diferenças de situação para situação, o conhecimento destas fases pode permitir uma melhor compreensão das diferentes reacções da criança, e assim uma melhor adaptação das respostas por parte dos adultos.

A forma como a criança suportará esta dor estará sempre ligada ao apoio que sente dos que lhe são próximos. Será esse apoio que lhe permitirá transmitir todos os sentimentos que a invadem, na procura de empatia, de compreensão e conforto. Daí o papel primordial da honestidade na relação. Aos adultos que acompanham a criança pede-se que manifestem também os seus sentimentos, que os partilhem com as crianças e que, através do seu exemplo, como modelos de relacionamento para a criança, a ajudem a encontrar estratégias para lidar com a sua dor.

A tristeza do luto funciona como um “alarme”, em que se pede aos que nos são mais próximos que se juntem, que apoiem, e que ajudem a ultrapassar a dor, em conjunto. Por parte da criança, o sentir que também ajuda os adultos a ultrapassar a sua dor, ajuda-o a sentir-se importante, e a acreditar que, em conjunto e tal como os adultos, conseguirá ultrapassar este período.

Durante o período de luto, os sentimentos predominantes nas crianças são a tristeza, a revolta e o medo. Porém, as suas reacções são frequentemente caracterizadas por alterações súbitas de humor. Uma criança poderá passar rapidamente de períodos de grande tristeza, para outros de apatia, de isolamento, bem como adoptar comportamentos que fazem parecer que o acontecimento traumático lhes é indiferente. Todos estes sentimentos e comportamentos são naturais, em concreto o brincar e o sorrir, e cabe aos adultos que a acompanham salvaguardarem-se de que ela se sente apoiada, e de que existem condições para que se expresse emocionalmente. Este é um processo natural, pelo que não será necessário pressionar a criança. Esta saberá quando é o momento ideal para o fazer, e procurará a(s) pessoas com quem o quer realizar. Com relativa frequência, a(s) pessoa(s) escolhidas podem não ser as mais próximas, poderá ser uma professora ou educadora. Respeite a escolha e o tempo da criança.

Acresce referir que o propósito do presente artigo não procura dar as respostas concretas, fórmulas ou constituir um manual de instruções para os pais/educadores. Ao invés de procurar essa tarefa destinada ao fracasso, procura, acima de tudo, ajudar os adultos que lidam com crianças que passam por situações de perda a sentirem-se mais confiantes de si e preparados para o momento em que se depararem com uma situação geradora de dor como a perda. Procura-se, acima de tudo, transmitir a consciência e a confiança de que os adultos possuem a capacidade de ajudar as crianças de forma eficaz a lidar com estas situações, sempre penosas. Recomenda-se apenas os ingredientes essenciais: o amor, aliado ao contributo insubstituível do tempo. Esse amor, quando baseado numa relação sólida e honesta entre um adulto e uma criança, é o principal instrumento para permitir à criança ultrapassar de forma eficaz o leque de emoções associados à perda, ajudando-a a reconciliar-se com a vida
TEXTO ORIGINAL DO PSICOLOGO BRUNO PEREIRA GOMES - Blog A conversa com os pais.